Inovação é um assunto que eu nunca tinha parado para refletir, até ser convidada a fazer um vídeo sobre o tema para um workshop. E foi bem difícil pensar em como eu poderia contribuir para o tema, até que eu descobri que na minha vida coisas que parecem simples são inovadoras para tantas outras pessoas. A partir desse ponto de vista, o texto fluiu facilmente. Eis o resultado.
Era uma vez uma indecisa
Eu sou formada em Ciências Sociais pela UFSCar e escolhi esse curso guiada pelos livros e pela curiosidade. Tinha um sonho bem longe de me tornar diplomata e encarava essa como a primeira fase do meu plano de vida. Mas a minha segunda opção de curso não tinha nada a ver com isso, era Design. Isso porque eu sempre gostei muito de fotografia e criar com imagens me fascinava.
Mas na época do vestibular tudo fica meio confuso e quando entrei em Sociais me apaixonei. Muitas leituras, discussões e teorias que faziam eu olhar as coisas de outra forma... Ah, que delícia! Quer dizer, até certo ponto. Como sempre, entre o segundo e terceiro ano, tive meus altos e baixos de motivação.
Em uma dessas fases baixas eu decidi fazer cursos na área de Design, já que gostava tanto. Fui fazer aulas de Design Editorial, fui me aprofundar em aulas de fotografia… Até que consegui conciliar as duas coisas e terminei a faculdade com um TCC na área de Sociologia da Fotografia e Imagem, estudando os álbuns de família e como eles estavam perdendo força na era digital e como isso poderia implicar na história de vida da família.
Quando saí da faculdade, fui dar aula em uma ONG, mas não sossegava minha cabeça, pois ela dizia que eu tinha que tentar seguir minha paixão na fotografia, me sentia todo dia presa em uma única tarefa e que pouco me representava. Então larguei tudo e fui morar 1 ano em outra cidade para trabalhar em um estúdio de fotografia. Bom, depois de muito capengar, aprender e superar, vi na prática que aquela vida de estúdio não era pra mim.
Então retornei pra minha cidade a fim de trabalhar com qualquer coisa pra me manter. Acabei no setor de atendimento em empresa de tecnologia. Aos poucos fui percebendo que a empresa não tinha o setor de marketing, não se comunicava online, tampouco tinham pessoas lá dentro que sabiam fazer artes… Então comecei a chamar essa responsabilidade pra mim.
Foi assim que comecei meu caminho no marketing, comecei aplicando um pouco do que sabia pelos cursos de design e fotografia e aos poucos fui me aperfeiçoando nos estudos da área.
Vim falar hoje sobre INOVAÇÃO
Antes de começar eu gostaria de lembrar que inovação está ligada a TECNOLOGIA, mas não é sobre robôs automação e carros voadores. A tecnologia é simplesmente conhecimento, é o estudo de técnicas, processos, métodos e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana.
Olhando dessa forma a gente pode perceber que muitas vezes inovação é criar caminhos ou estratégias diferentes das habituais para atingir determinado objetivo. Inovar é inventar, sejam ideias, processos, ferramentas ou serviços. É basicamente fazer diferente.
E olhando por essa perspectiva eu consegui enxergar a inovação na minha vida e decidi separar ela em 3 tópicos.
Primeiro fator inovador: potencial
Você pôde perceber que o caminho que trilhei até chegar onde estou foi bem diferente do normal né? Mas em todas as fases do caminho, existiu uma coisa em comum: eu não deixei de acreditar no meu potencial. Mesmo sem saber pra onde ou como ir, eu sabia que tinha potencial para criar algo diferente.
É como se alguém me desse o desafio para construir uma maquete, antes de sair pesquisando o que fazer ou o que comprar, eu pegava tudo o que já tinha em casa e olhava pensando “como posso usar o que eu tenho pra construir essa joça?”. Era esse exercício que eu fazia (e ainda faço) diante de todo desafio. Até mesmo para escrever o TCC eu fiz isso. Quando estava escrevendo, eu travei porque não conseguia me enxergar naquelas palavras. Eu sabia todo o assunto, era apaixonada por ele e tinha lido todos os livros sobre o tema, mas aquele linguajar acadêmico me fazia sentir como se eu nunca fosse capaz de contribuir, sabe? Então parei e pensei "como eu posso discorrer sobre um assunto sem travar? Bem.. contando como se fosse para um amigo". E foi assim que eu escrevi todo o meu TCC, deixando de lado a voz acadêmica e assumindo uma voz pessoal. Enfim, quando ele estava pronto percebi que poucas eram as mudanças no texto, era mais uma mudança de como eu tinha que encarar aquele desafio.
Essa dinâmica de solução de problemas se tornou mais fácil com o tempo porque me permiti explorar novas áreas, novos contextos e me jogar em cursos aleatórios que tinha curiosidade. Eu jogava handebol, fazia ballet, me misturei no circo, lia histórias de dragões e estudava as margens através de letras do Racionais. Essa vivência múltipla na formação fez com que eu explorasse todos os meus potenciais e me trouxe muito mais expertise do que o diploma final pode medir.
Tudo isso foi tão significativo pra mim que quando pensei em ter uma equipe na minha empresa, não busquei apenas pessoas formadas na área. Eu queria pessoas multipotenciais, igual eu! Para mim, pessoas que tem conhecimentos de áreas diferentes poderiam contribuir ainda mais do que um especialista nessa fase de crescimento da Palombina.
Segundo fator inovador: conteúdo
A Palombina é uma empresa que ajuda outras marcas a se comunicarem online. E quando você lê isso, acho que já deve imaginar logo uma agência, né? Mas não é bem isso, pois cuidamos do marketing de uma forma um pouquinho diferente… pelo conteúdo.
Aqui a Palombina inovou e ganhou mercado ao criar um método que auxiliasse as pessoas a se conectarem com o seu propósito. Isso significa deixar claro o porquê criaram a marca, como elas queriam ajudar ou solucionar os problemas das pessoas… Ao entender e deixar claro esse propósito, a venda torna-se uma consequência fácil. Portanto, a Palombina não é uma agência focada em venda, a gente está focado em trazer a tona o conteúdo que a marca pode apresentar para o mundo.
Esse movimento de colocar no centro a própria pessoa ou marca é, por incrível que pareça, algo que as pessoas vêem como diferente.
Pois se você pensar bem, todos nós temos algum conteúdo que pode ajudar o outro. Seja ensinando a fazer miojo, explicando o vídeo que viu sobre et’s ou até mostrando como desenvolveu um produto… São conteúdos que parecem insignificantes, mas podem fazer diferença para alguém que está com fome, que assistiu Guardiões das Galáxias e quer saber que raio de et é aquele ou então alguém querendo saber sobre como desenvolver um produto.
Terceiro fator inovador: online
Falei que seriam 3 tópicos né? Pois chegamos ao terceiro tópico, que é ONLINE.
Hoje a Palombina é estruturada para funcionar online. A única coisa que mantemos presencial são os ensaios fotográficos e algumas reuniões específicas. Do contrário, mantemos tudo online. Todos os funcionários fazem home office e trabalham em horários alternativos o que torna a rotina de trabalho muito mais flexível e condizente com diferentes contextos de vida. As pessoas podem se mudar, podem planejar viagem, cuidar de assuntos na rua… Trabalhamos em cima de metodologias ágeis que garantem o bom funcionamento da empresa e o check dos afazeres.
Desde quando a Palombina nasceu ela é pensada para ser dessa forma. Meu sonho sempre foi fazer home office e depois de alguns anos batalhando, finalmente encontrei os meios para que isso fosse possível e acredito fielmente que temos uma tendência garantida no mercado quanto a isso.
E não só pelo ponto de vista estrutural da empresa, aplico o conceito de inovação também no sentido de vender serviços de Posicionamento Digital. As pessoas buscam se comunicar e se posicionar online de forma a serem vistas e lembradas, seja pelas Redes Sociais, sites, blogs ou onde for. Elas começaram a perceber que a empresa, bem como a sua marca pessoal, tem peso decisório no mundo online. Ou seja, dependendo do perfil online delas as pessoas podem escolher por comprar ou não o serviço, contratar ou não tal funcionário ou até mesmo escolher se querem ou não sair com tal pessoa… (é match que fala né?).
Acredite, trabalhar online é uma inovação.
Inove-se!
Os tópicos que abordei aqui podem ser muito mais aprofundados, com certeza. Mas eu quis dar um panorama geral de como eu apliquei o fator inovador na minha vida, inventando novos caminhos e fazendo as mesmas coisas que os outros, mas de forma diferente. E convido você a fazer o mesmo exercício.
Tudo isso pode até parecer loucura. Mas quer saber? Tomara que seja! Pois quantos loucos não foram taxados de diferentes e criaram coisas incríveis no mundo? Vamos ser um deles!
Obs.: Se quiser ver o vídeo que gravei para a Qualimentos Jr. é só dar o play:
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